envolvendo heróis e vilões, magia, e no coração um mistério: como é
que essa publicamente tímida cantora vende milhões de discos se
quase não sai de seu castelo?
Ao deixar o aeroporto de Dublin para encontrar Enya, me sinto marcado
por uma mensagem no meu celular; minha mãe me falando que me
matará se eu for rude com a cantora. É o tipo de devoção fiel de
fãs que tem ajudado a Enya a vender mais de 70 milhões de cópias
ao redor do mundo, fazendo dela a segunda, atrás somente do U2,
como a artista na Irlanda que mais vendeu até hoje. Ao contrário da
banda, contudo, ou outras bandas, as vendas Enya têm aumentado
- e não diminuído - com o passar de cada ano e cada album.
Isso porque Enya representa
um som, sem limite. São sete albums
desde Watermark em 1989, e mesmo assim o número de fãs está
aumentando cada vez mais, crescendo como confecções glaciais
que cientistas lutam para explicar. Há pessoas que genuinamente acreditam que as músicas dela os ajudam na cura do câncer (como um fã declarou, "a escolha musical de quimio" dos doentes), ou a parar de fumar, ou a aliviar o tédio do intenso tráfego. Após o 11 de setembro, as vendas dela subiram velozmente, com a divulgação abrangente pelas rádios e o uso pela CNN.